Estados Unidos armam defesas

Por Antonio S. Silva



 A história entre América Latina e Estados Unidos nem sempre foi de paz e alegria. O mundo não é um só pensamento e uma só bandeira, enfim

Consenso no mundo, como se fosse algo natural, o poder dos Estados Unidos como xerife global, ou seja, para qualquer disputa que envolva interesses ditos humanitários ou globalizados o país da América do Norte é a corte para decisão – para o bem ou para o mal. Definido os vitoriosos a sanções também cabem à nação mais poderosa do mundo.

Como o poderio econômico e militar dá esta condição de ordenador do mundo, a crise chegou ao coração dos americanos. As guerras iniciadas vão perdendo soldados e logística do país, assim como seu poder de símbolo mundial. Restam as palavras.

Como há sinal de fraqueza dos Estados Unidos outros jogadores que se tornaram poderosos entraram em campo para disputar a contenda. A China por muito tempo vem se tornado um páreo na economia e se armando no setor bélico. A Rússia, parceiro do país asiático, mais rapidamente resolveu fazer valer sua força contra o império global e desafiou o país da América do Norte e a Europa ao colocar seu exército na Crimeia e a ameaçar a Ucrânia.

Neste jogo global a força das armas deve ser levada em conta, mas depende da capacidade de investimento financeiro, o que vem se tornando o ponto franco do governo da Casa Branca, diante das sucessivas crises na economia – o próprio congresso do país está dividido sobre medidas contra a dívida americana.

Se os Estados Unidos não podem impor uma derrota à Rússia, de Putin, vai usando uma de suas principais armas, a palavra. A cada dia aumenta seu tom e teatralidade na mídia, de modo a mostrar suas garras ainda afiadas.

A investidura numa guerra mesmo os seus aliados das grandes mídias não receitam, pois será danoso para o país colocar em risco os seu cinturão, na luta global e deixar 1% dos mais ricos mundiais a sua própria sorte, sem a proteção do Estado-império. Melhor é ficar usando agências internacionais e os conglomerados de mídias para dizer a todos que os russos são todos comunistas e tem apenas poder regional. Não é inteiramente a verdade.

Comunismo em questão?

O comunismo nesta análise seria como alguma coisa, que não se sabe o que é, mas coloca em xeque o neoliberalismo econômico. Sistema financeiro que tenta controlar a política, trabalho e economia em qualquer território deste planeta.

Como se pode notar a discussão não está mais no âmbito do debate global, mas do poder, das palavras, mídias e teatralidade. Mas há um fator, o império global mostrou fraqueza.

Num jargão eterno, Os Estados Unidos piscaram. A plateia pode não ter visto, mas vai se tornando uma realidade a disputa globalizada entre neoliberalismo e uma sociedade com participação popular. Um reflexo que é visto inclusive nas ruas brasileiras e no palanque eleitoral.

A história entre América Latina e Estados Unidos nem sempre foi de paz e alegria. O mundo não é um só pensamento e uma só bandeira, enfim.

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Antonio é Jornalista e professor UFMT, Campus Araguaia.