Estágio em Jornalismo, para o bem ou para o mal?

Gerson Luiz Martins
Jornalista e pesquisador do PPGCOM e CIBERJOR/UFMS

Nos próximos dias deverá ser aprovado, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) as novas diretrizes curriculares dos Cursos de Jornalismo. Esse documento vai nortear a revisão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Jornalismo no Brasil. É importante destacar que não haverá mais Curso de Comunicação Social e habilitações nas diversas áreas profissionais. Comunicação é uma área do conhecimento e não uma profissão. A partir da aprovação das novas Diretrizes para os Cursos de Jornalismo, todas as universidades deverão reformular seus projetos pedagógicos dos cursos da área de comunicação e dar nova denominação, ou seja, Curso de Jornalismo, Curso de Publicidade/Propaganda, Curso de Relações Públicas, Curso de Rádio, TV e Internet, conforme determina os Parâmetros Curriculares Nacionais. O projeto original das novas Diretrizes, elaborado em 2009 e que agora será analisado, revisado e aprovado pelo CNE, previa o Estágio Supervisionado obrigatório em Jornalismo. No documento final, a ser publicado pelo CNE não se sabe se esta questão permanecerá. De qualquer forma, o estágio em jornalismo é uma realidade há vários anos e, mesmo sendo ilegal, um acordo entre a Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ e o Ministério do Trabalho permitiu essa atividade desde que regulamentada. Em Campo Grande, entre os quatro cursos de Jornalismo em atividade, somente o Curso da UFMS possui um Regulamento de Estágio. Os demais estudantes de Jornalismo não têm amparo legal para estágio e podem ser denunciados a qualquer momento.