Transcrevo abaixo o post "Jornalista ou jornaleiro?", de Allysson Viana, publicado no site Mnemonista:
Em estudo publicado, verificamos que a maioria do conteúdo no Blog do Noblat não é produzido pelo jornalista que dá nome ao espaço. O blog parece mais uma banca de jornal e Ricardo Noblat o jornaleiro de plantão. O jornalismo sensacionalista (sobretudo na televisão) não acontece apenas em casos como o acidente em Santa Maria, mas parece cada vez mais o default desse tipo de produção noticiosa. Maurício Stycer, jornalista e colunista da Folha, falou um pouco de como tem sido a cobertura na TV sobre o incêndio.
O que incomoda, talvez, mais do que essa exploração da tragédia, dos corpos, das vítimas e dos seus familiares é o posicionamento de alguns jornalistas. Mais preocupados em satisfazer o desejo de seus patrões, alguns conseguem politizar tudo. Não que se deva eximir da culpa os reguladores que deviam, por exemplo, impedir que os espaços não preparados continuem funcionado, como, no caso de Santa Maria, a boate com o alvará irregular.
O que não dá é ver Chico Caruso produzir uma charge (um “gênero” sempre de opinião?), em meio ao choque, para atacar a presidente Dilma Roussef. Noblat, como bom jornaleiro, dissemina a informação de modo, podemos dizer, irresponsável. E que continue o Blog do Noblat, porém sendo reconhecido como uma banca e não um espaço de comunicação administrado e alimentado por um jornalista. Um profissional que possui (ou deveria possuir, já que muitas vezes não percebemos isso) uma responsabilidade social.