Laboratório de Anatomia do Campus do Araguaia da UFMT abre suas portas à comunidade

O Laboratório de Anatomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Campus Universitário do Araguaia, localizado na unidade de Pontal do Araguaia (MT), por meio de projeto de extensão, está aberto à realização de visitas monitoradas. O público alvo prioritário do projeto, coordenado pela professora Luana Anjos Ramos do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da UFMT, são os estudantes de ensino médio. Mas qualquer grupo da comunidade pode agendar visitas: “O projeto tem o objetivo de desmistificar a ideia do anatômico e aproximar a comunidade da Universidade, além de auxiliar os estudantes na sua escolha profissional”, destaca a coordenadora do projeto.

Luana diz que muitas pessoas sentem-se aflitas diante dos corpos humanos existentes no laboratório. Por isso, mais do que olhar as peças, os estudantes e pessoas que visitam o laboratório recebem informações. “Buscamos transmitir conhecimentos, contribuindo para a descoberta do corpo humano, e conscientizando sobre a importância de manter o corpo humano saudável. Falamos sobre os danos causados pelo fumo, álcool e algumas curiosidades”. A professora e o grupo de seis estudantes de Biomedicina e Ciências Biológicas, que auxiliam no projeto e na orientação das visitas, também evidenciam a necessidade de respeito com os corpos humanos presentes no laboratório. “Que você enxergue este corpo com respeito, ele pode ter uma família, ter filhos. Está fazendo bem para ciência. Coisa que muitos de nós não faríamos.”, disse a professora Luana. Os interessados em tocar e conhecer melhor as peças humanas do laboratório podem levar luvas e máscaras.

O laboratório
O laboratório de Anatomia da UFMT, Campus Universitário do Araguaia, conta hoje com dois corpos humanos inteiros e aproximadamente mais dois divididos em partes. Estes são conservados em formol e glicerina, durando aproximadamente dez anos, dependendo do manuseio. Além dos corpos humanos, o laboratório também dispõe de peças sintéticas, como coração, olho, fígado e outros. O espaço é utilizado em atividades de ensino da disciplina de anatomia, que é ministrada aos acadêmicos de todos os cursos da área da saúde.
A doação em vida
De acordo com a professora responsável, há duas formas de obtenção dos corpos humanos para serem estudados no laboratório. A mais comum é a doação pelo Instituto Médico Legal (IML) de corpos dados como indigentes, não procurados por familiares. Porém, explica Luana, a decisão de doar o corpo para a ciência, pode também ser feita em vida. “Este procedimento ainda não é muito comum no Brasil, e funciona como a doação de órgãos. O indivíduo faz uma procuração ou preenche um formulário disponível no site da Sociedade Brasileira de Anatomia, ambos com assinatura de testemunhas alegando interesse em contribuir com a ciência, doando seu corpo para estudos”, destaca a professora. O indivíduo que faz um destes documentos, no momento em que tiver sua morte declarada, tem seu corpo encaminhado para o IML, que realiza o processo de formalização (conservação) e repassa a Universidade. O doador pode ou não designar na procuração ou formulário preenchido para qual Universidade deseja doar seu corpo.
Agendamento das visitas
Para o agendamento das visitas ao laboratório é necessário montar grupo de no máximo trinta pessoas e marcar antecipadamente com a professora Luana, via e-mail luana.anato@gmail.com ou luana_anjos@ufmt.com ou pelo telefone 66 8433 9108.
Foto e Texto: Carol Danelli, Sckarleth Martins e Muryllo Simon
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional UFMT-CUA .