Mejor discute"Transformações no telejornalismo"


Durante a tarde de hoje, 27, professores, pesquisadores e estudantes de Jornalismo discutiram as transformações no telejornalismo, no I Colóquio Mudanças Estruturais no Jornalismo (Mejor 2011), que acontece na Universidade de Brasília - UnB. O evento vai até amanhã,dia 28.

Hibridização e interatividade: observações em dois telejornais brasileiros.

Elza Aparecida Oliveira Filha, da Universidade Positivo, falou sobre interatividade, entendida como a participação mais ativa do público e o incentivo que as empresas jornalísticas ofertam a essa participação. Para ela, isso é um dos marcos das recentes transformações estruturais no jornalismo contemporâneo. No âmbito do Telejornalismo, o público hoje colabora com envio de imagens, sugestões de pautas, elaboração de questões para entrevistados, e de várias outras maneiras. Os telespectadores também são continuamente chamados para complementar informações ou buscar novas formas de interatividade nos sites das emissoras, consubstanciando uma outra mudança estrutural no fazer jornalístico, a hibridização. Ela exemplificou essas tendências - interatividade e hibridização - usando dois exemplos: o Jornal Hoje, um dos noticiários de veiculação nacional da Rede Globo de TV, e o Paarná TV 1a. Edição, produzido pelo Grupo Paranaense de Comunicação.

Televisão digital e mudanças no telejornalismo: potencialidades da multiprogramação.

Lívia Cirne, da Universidade Federal de Pernambuco, comentou que a implantação de televisão digital no Brasil acenou com mudanças e qualificação da programação das emissoras de TV programação. No telejornalismo, por ora, as transformações observadas estão mais ligadas à articulação de conteúdos e múltiplas plataformas que a qualquer das propriedades da TV digital. Dentre as potencialidades técnico-expressivas da TV digital, a multiprogramação, ainda vetada no Brasil, apresenta-se como promessa de diversificação, desdobramentos e reconfiguração dos conteúdos jornalísticos. O artigo discute as potencialidades da multiprogramação, a partir da elaboração interdisciplinar de um protótipo para disponibilização de conteúdos adicionais em um telejornal local, utilizando um aplicativo para gerenciamento de fluxos informacionais e explorando o que se denomina de "princípio da alternância de segmentos".

Telejornalismo e Ciberespaço: a materialidade do virtual no jornalismo televisivo.

Edna de Mello Silva (Universidade Federal do Tocantins, Brasil)revela como as novas tecnologias e o ciberespaço influenciam o modo tradicional de telejornalismo, a ponto de mudar seus paradigmas.

Antes de um para todos, o telejornal reviu sua forma de transmissão, pois o espectador passou a ser ativo. Com a possibilidade de consultar a internet antes, a notícia já chega velha no Jornal Nacional. Além de oferecer conteúdos na internet, tem vários níveis de interatividade. Todas as matérias estão disponíveis para qualquer internauta e alguns detalhes exclusivos, só para assinantes.

Outro exemplo é a diversidade de nichos de informação, além do locutor, como a redação ao fundo e outras informações passando na parte inferior da tela. Isso antes era visto como "ruído" na comunicação. A notícia não é mais a principal matéria-prima.

Ela mostra também exemplos de inserção de infografia e de cenários virtuais nos telejornais, o que que possibilita a apresentação da informação que não correspondem à notícia jornalística em si e sim a conjecturas, o que pode passar despercebido na edição vista pelo público. Antes da invasão do Morro do Alemão, ela comenta, a TV Globo mostrou animação com os equipamentos e uniformes que a polícia e forças armadas iriam utilizar. Ela concluis que essas inovação aproximam o telejornal mais do espetáculo e do entretenimento, do que da informação.

Os demais trabalhos estão resumidos no blog Arquiengenho.

Os trabalhos completos serão publicados nas atas de colóquio no www.mejor.com.br nos próximos dias.