Carol Danelli, diretamente de San Diego


"Olá leitores , eu sou Carolina Danelli, estudante do 1º ano do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFMT de Barra do Garças. Estou aqui, a convite do Prof. Alfredo, para falar sobre a minha experiência nas terras do Tio Sam.

Minha mãe (Maria das Graças M. Danelli) é professora e pesquisadora na UFRRJ, e há alguns anos ela estava tentando submeter um trabalho de pesquisa a ser desenvolvido no exterior. Após um longo período de espera, ela foi contemplada com a tão sonhada bolsa, e uma semana depois fui aprovada pela UFMT. Como uma boa aproveitadora de oportunidades, aceitei o convite dela de ir para San Diego, estudar inglês por 5 meses.

Providenciei passaporte, visto, tranquei a faculdade e viajei. Cheguei aqui ainda no verão, por incrível que pareça, sentindo frio na Califórnia. Assim que cheguei, procurei uma escola para dar inicio aos estudos o mais rápido possível.

Foi um choque cultural! Eu não falava a língua, e tudo parecia muito confuso. Sem contar que muitos dos quais com quem eu tive contato não eram americanos, e sim asiáticos.

Comecei na escola para estrangeiros na semana seguinte. Como esperado, pelo meu pouco conhecimento na língua, comecei em um nível baixo, mas com um diferencial, eles ensinam coisas que no Brasil você só aprende no intermediário.

Eu digo que essa viagem não foi um ensinamento só de inglês, e sim uma lição para a minha vida, pois eu aprendi a conviver com a diferença das pessoas, pessoas que deixaram suas casas, seus países, em busca de um sonho e encaram uma realidade diferente. Aprendi a viver em um lugar onde latinos americanos, asiáticos, europeus, árabes, turcos vivem em paz, se respeitam e têm uma vida normal.

Aprendi a conviver com a distância, pois deixei no Brasil amigos, familiares, namorado, faculdade, deixei uma parte da minha vida no Brasil para poder viver aqui, em prol da realização de um objetivo. Mesmo estando na companhia da minha mãe esse tempo todo, é complicado. Nós duas sofremos muito com a distância, e descobrimos que não há lugar melhor para se viver do que no nosso país.

Muitas pessoas não pensam em voltar para seus países e eu fico abismada ao saber disso, pois são pessoas jovens, que não fizeram um curso superior ou então fizeram e não começaram a exercer, e vêm para cá para poder encarar uma vida totalmente diferente, uma língua que não é a deles, e uma cultura oposta à deles. Já os brasileiros, todos com quem conversei, disseram que estão loucos para voltar para casa, pois é uma ótima experiência, mas que não há lugar que nem o Brasil.

Depois de 3 meses, avancei um período e irei voltar para casa com o nível intermediário no inglês. Para quem sonha em estudar fora, que tem esse objetivo, dou meu apoio total, pois é uma experiência maravilhosa, você cresce, amadurece, e abre seus horizontes.

As escolas variam muito de preço, de $250 até $5.000. É uma experiência cara, mas que vale muito a pena, principalmente se você já tem uma base boa na língua. Muitas pessoas alugam apartamentos, mas são caros; então existem americanos que alugam um quarto dentro da própria casa ou deixam você morar com eles em troca de serviço doméstico.

A qualidade de vida é bem maior que no Brasil. Pessoas vivem aqui com a quantia equivalente a que viviam no Brasil e têm uma vida melhor, mas o custo de vida é razoavelmente caro. Um Studio (Kitnet), por exemplo, fica por volta de 1.000 dólares mensais.

Quem vem estudar precisa tirar o visto de estudante, e, se puder, deve antecipadamente conseguir o I-20, que é um documento dado pela escola que comprova o objetivo do estudante no país de destino: estudar.

A maioridade aqui é de 21 anos, ou seja, menor que isso não entra em bares/restaurantes a noite, não entra em boates, não pode beber, não tem vida social, mas pode dirigir. E carro aqui em San Diego é algo importante, pois o transporte público é terrível.

Estudante não pode trabalhar legalmente, então brasileiros abrem conta no CitiBank, que é um banco americano que existe no Brasil.

Como disse, essa experiência abre os horizontes, pois apesar de preferir viver no Brasil, comecei a pensar na possibilidade de me especializar em jornalismo internacional. E uma curiosidade é que nos noticiários americanos não transmitem notícias do mundo, somente se os Estados Unidos estiverem envolvidos, como, por exemplo, transmitiram sobre a “guerra” nas Coreias, e sobre o que acontecia no Brasil, somente acompanhamos pela internet, e os americanos não sabiam até comentarmos.

Enfim, a experiência é ótima, e indico a quem puder. Se você quer estudar fora, seja aonde for, EUA, Europa, Ásia, vá. É algo incrível que você vai levar para o resto de sua vida.

Eu fico por aqui, mandando um abraço para as minhas queridas foquinhas. Estou com saudades de vocês!

Carolina Danelli"