"Não podemos continuar vivendo com a estrutura que temos" defende candidato a pró-reitoria do Campus Araguaia.




Eleições pró-reitoria


  
Agência Focaia
Karin Sampaio 



A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realiza processo de consulta para a escolha do Pró-Reitor do Campus Universitário do Araguaia. Dois candidatos estão na disputa pelo cargo. O professor e atual diretor do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET), Paulo Jorge da Silva e a professora e atual Gerente de Graduação e Extensão, Anna Maria Penalva Mancini.

Focaia realizou entrevista com ambos os candidatos para conhecer melhor as propostas de cada um. O primeiro candidato entrevistado foi Paulo Jorge, confira abaixo a entrevista. Para acessar a entrevista com a candidata Anna Maria Penalva Mancini, clique aqui.



Perfil do candidato


Paulo Jorge da Silva nasceu no dia 2 de janeiro de 1961, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1983, ele conta que foi convidado pelo Ministério da Educação (MEC) para ser professor visitante de Química em Barra do Garças, pois não tinha professores dessa área na região.

No ano de 1985 ele tira uma licença não remunerada para se dedicar ao mestrado de Química Teórica-Quântica na Universidade de Brasília (UnB) onde também se graduou em Química. Em 1992 conclui seu doutorado em Físico-Química Orgânica pela Universidade de São Paulo (USP).

Além de professor, Paulo Jorge sempre ocupou cargos administrativos como coordenador de curso, subchefe e chefe de departamento e hoje está no segundo mandato como diretor do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET). O professor defende uma universidade independente e defende a emancipação do Campus Universitário Araguaia, sonhando em um dia constituir a Universidade do Araguaia.  

Focaia - O que te fez vir para o Mato Grosso?
Paulo Jorge - Eu fui convidado em 1983 pelo MEC para ser professor visitante na área de Química porque não tinha ninguém dessa área na região, hoje ainda é difícil. A gente veio para dar aula até 85 quando resolvi fazer mestrado. Me negaram [a liberação] e então pedi licença sem remuneração para fazer o mestrado na UnB. Depois com muito custo consegui sair em 92 para o doutorado. Fui o primeiro professor a ter mestrado e depois o primeiro a ter doutorado no Campus.

Quais são seus planos caso seja eleito, suas prioridades e projetos que pretende dar sequência?
Me permita falar sobre a minha história. Durante os 33 anos que estou aqui, antes de ser Campus Araguaia, fui subchefe de departamento, coordenador de curso. Criamos o curso de Farmácia e de Química. Brigamos também para criar o curso de Geografia. Porque achamos muito importante essa integração. Atualmente estou no segundo mandato como diretor do ICET e nosso mandato é até ano que vem. Então só tem um caminho agora, que é ser pró-reitor. O meu objetivo é só um, daqui há 4 anos me candidatar como reitor, mas não da UFMT, mas sim da UFA, a Universidade Federal do Araguaia. Rondonópolis está saindo da UFMT, se tornando independente. Agora, falta a gente. 

Um bom relacionamento pessoal facilita a gestão do Pró-Reitor de Campus?
Facilita bastante. Se eu precisar de um favor de qualquer pessoa de lá [Reitoria em Cuiabá], eu tenho. Eu sou vice-presidente do PT em Pontal do Araguaia, então a gente também consegue navegar nesse meio político. Estamos mais de ano sem cantina, eu acho que se você pensa em montar uma universidade, estamos muito atrasados; não é só cantina, faltam várias outras coisas. Você faz isso aqui: um centro de vivência sem nada, sem cadeira. Acho que quando você pensa em montar uma universidade, você tem que pensar em todas essas coisas. A gente deseja que a administração não apareça, a gente deseja que ela seja apenas um veículo que possa dar as melhores condições possíveis para funcionar o ensino, a pesquisa e a extensão, que são as finalidades da universidade. Se a administração estiver aparecendo muito, há algo de muito errado.

Como evitar a falta de professores em alguns cursos do Campus?
Precisamos encontrar um meio de fazer com que as pessoas que vêm para cá, fiquem. Nós não podemos continuar vivendo com a estrutura que nós temos. Nem administrativa, nem técnica. Você não pode ter só uma pessoa entendendo de telefone e nem uma só entendendo de internet. O técnico é um grande colaborador da universidade. Se você não deixa um determinado serviço sem funcionar você está prestando um grande serviço. Durante a campanha para reitor tivemos a ideia de montar um escritório nosso lá, em Cuiabá, para otimizar os serviços.

Como Pró-reitor, caso seja eleito, pretende acabar com a Unidade I, no Pontal?
Muito pelo contrário. O Campus de Pontal foi construído para ter três cursos: Letras, Biologia e  Matemática; e, anuais. Então lá hoje, na verdade, estamos superlotados. A gente tem um grande sonho de levar o curso de Química Industrial pra lá, no período diurno. Já temos o projeto e a nossa ideia é revitalizar o Campus. Se eu estou pensando em montar uma universidade, por que eu desativaria o Campus? Se chegarmos a ser UFA, vamos agregar o Hospital de Aragarças, para que ela não seja universidade de um estado, mas abarque também cidades como Aragarças, Bom Jardim e Piranhas. Uma universidade da região do Araguaia e não do Estado de Mato Grosso.