Cristovam Buarque: colocar 10% do PIB em educação hoje é jogar dinheiro fora



Cristovam Buarque: colocar 10% do PIB em Educação hoje é jogar dinheiro fora
Em entrevista, senador defende modelo de ensino básico federalizado com uma nova carreira do magistério, na qual professores ganhariam R$ 9,5 mil. O pedetista demonstra insatisfação por ter conversado com Dilma apenas uma vez e sinaliza apoio a Eduardo Campos em 2014
Por Renato Rovai. Foto de capa Geraldo Magela/Agência Senado
Em 2006, o senador do PDT e ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque passou a ser conhecido nacionalmente com sua candidatura à Presidência da República. Nos debates e em aparições públicas, entre os outros temas comuns levantados em uma disputa como esta, sempre fez questão de falar da educação, seu assunto prioritário. Não era à toa.
Ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-ministro da área entre 2003 e parte de 2004, no primeiro governo Lula, Buarque foi autor de iniciativas pioneiras, como o Bolsa Escola, por exemplo, em sua gestão à frente do governo do DF, entre 1995 e 1999. Hoje, é um defensor da federalização da educação pública para o nível básico, acreditando, assim, levar a todas as unidades de ensino o mesmo nível de qualidade das escolas federais. Para tanto, ele defende que o professor ganhe R$ 9,5 mil, passando a fazer parte de uma nova carreira.
Na entrevista a seguir, Buarque fala a respeito de uma de suas nova funções no Senado, a de relator de um projeto de lei de iniciativa popular que trata da legalização da maconha no Brasil, e também discute as próximas eleições presidenciais, acenando um eventual apoio ao pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, mesmo contra a provável orientação do seu partido. “Tendo a apoiar o Eduardo Campos, acho que ele representa uma novidade. O modelo se esgotou. O Aécio é parte desse modelo, é a concepção que veio do Itamar, Fernando Henrique, Lula… A Dilma é esse modelo para o Brasil. Acho que o Eduardo pode trazer uma novidade. Se eu fosse um candidato, e disse a ele, não ficaria pensando só o dia a dia, é preciso pensar a longo prazo. O Brasil virou um Partido da Próxima Semana, tudo é feito pra você ‘acochambrar’.”