Por Antonio S. Silva
Na certeza do imediato, as fronteiras dos Estados vão se dilacerando, tornando o mundo em uma só nação globalizada. À América Latina resta a função de celeiro de um centro que precisa produzir e promover consumo.
Quando se quer impedir que haja discussão sobre um determinado assunto, uma das estratégias é dar foco a outras questões, sem despertar a atenção para o fato em si. O caso das privatizações no Brasil vem ocorrendo notoriamente, mas o que se discute são as negociações do governo com as empresas, nos leilões – a falta de confiança no modelo brasileiro.
Neste ritmo, aos poucos as rodovias, aeroportos, Mineração, petróleo deixam de ser gestão do Estado (uma coisa pública, portanto dos brasileiros) e passa às grandes empresas.
Certamente, os brasileiros não se depararam com os reflexos das mudanças desta política liberalizante, destes tempos, pois a saraivada de negociações está ocorrendo nos últimos anos. Mas logo logo pesa no bolso da maioria e já vai tarde o debate da política econômica petista e tucana.
O caso mais emblemático é o leilão do campo de libra em santos, a maior reserva brasileira de petróleo, no pré-sal. A dificuldade para os leitores das notícias sobre o assunto é saber qual empresa vai participar – a rigor, os empresários querem mais certezas nas remunerações e administração da coisa pública.
Nem sempre a empresa vencedora é que faz a exploração, no final, há sempre um pool de delas que se organizam em torno de um nome jurídico. Nos tempos atuais, o mercado é global, sob o comando de grandes operadores financeiros internacionais – a lógica do capitalismo -, com capacidade financeira que superam a economia de pequenos países; e contam com o aporte político das nações centralizadas – e que dependem deste jogo político e econômico.
Não se trata de novidades para o governo, grandes empresários e imprensa liberal. O brasileiro acredita, no entanto, se tratar de uma realidade inexorável, que faz parte dos tempos atuais. Afinal, os países ricos são liberais e promovem desenvolvimento. Pode ser uma falsidade, quando se aprecia apenas as riquezas e esquece-se da pobreza que atinge exatamente aqueles que estão no final do processo, os trabalhadores com baixos salários.
Direita e esquerda
Realmente, no Brasil há um embate entre direita e esquerda que se desenrola de maneira não evidente – com o silêncio dos intelectuais petistas, que acreditam na “política do menos pior”.
Os liberais querem (exigem) a redução do poder do Estado – e usam o apoio da grande mídia nacional para esse objetivo. A esquerda, na tentativa de se atualizar parece não ter clareza de quais os novos valores e conclui que, privatizar mantendo o poder do Estado, é uma condição de modernidade pós-marxismo.
Na realidade, enquanto se dá a discussão, o governo petista caminha em direção aos liberais, com aceno rápido e facilitador do meio financeiro dos megaempresários, bem articulados e sistêmicos.
Na certeza do imediato, as fronteiras dos Estados vão se dilacerando, tornando o mundo em uma só nação globalizada. À América Latina resta a função de celeiro de um centro que precisa produzir e promover consumo.
As matérias-primas latino-americanas não podem ser desprezadas em tempo de privatizações. Afinal de contas, ganha-se ainda neste tempos com a força da mão-de-obra, dos assalariados ( com ganhos baixíssimos – para um mundo globalizado), com o enriquecimento dos eternos impérios, que trocam de lugares no decorrer dos séculos.
Então, apertar o cinto a ideologia sumiu.
***
Antonio S. Silva é professor de Jornalismo da UFMT, Campus Araguaia.
Na certeza do imediato, as fronteiras dos Estados vão se dilacerando, tornando o mundo em uma só nação globalizada. À América Latina resta a função de celeiro de um centro que precisa produzir e promover consumo.
Quando se quer impedir que haja discussão sobre um determinado assunto, uma das estratégias é dar foco a outras questões, sem despertar a atenção para o fato em si. O caso das privatizações no Brasil vem ocorrendo notoriamente, mas o que se discute são as negociações do governo com as empresas, nos leilões – a falta de confiança no modelo brasileiro.
Neste ritmo, aos poucos as rodovias, aeroportos, Mineração, petróleo deixam de ser gestão do Estado (uma coisa pública, portanto dos brasileiros) e passa às grandes empresas.
Certamente, os brasileiros não se depararam com os reflexos das mudanças desta política liberalizante, destes tempos, pois a saraivada de negociações está ocorrendo nos últimos anos. Mas logo logo pesa no bolso da maioria e já vai tarde o debate da política econômica petista e tucana.
O caso mais emblemático é o leilão do campo de libra em santos, a maior reserva brasileira de petróleo, no pré-sal. A dificuldade para os leitores das notícias sobre o assunto é saber qual empresa vai participar – a rigor, os empresários querem mais certezas nas remunerações e administração da coisa pública.
Nem sempre a empresa vencedora é que faz a exploração, no final, há sempre um pool de delas que se organizam em torno de um nome jurídico. Nos tempos atuais, o mercado é global, sob o comando de grandes operadores financeiros internacionais – a lógica do capitalismo -, com capacidade financeira que superam a economia de pequenos países; e contam com o aporte político das nações centralizadas – e que dependem deste jogo político e econômico.
Não se trata de novidades para o governo, grandes empresários e imprensa liberal. O brasileiro acredita, no entanto, se tratar de uma realidade inexorável, que faz parte dos tempos atuais. Afinal, os países ricos são liberais e promovem desenvolvimento. Pode ser uma falsidade, quando se aprecia apenas as riquezas e esquece-se da pobreza que atinge exatamente aqueles que estão no final do processo, os trabalhadores com baixos salários.
Direita e esquerda
Realmente, no Brasil há um embate entre direita e esquerda que se desenrola de maneira não evidente – com o silêncio dos intelectuais petistas, que acreditam na “política do menos pior”.
Os liberais querem (exigem) a redução do poder do Estado – e usam o apoio da grande mídia nacional para esse objetivo. A esquerda, na tentativa de se atualizar parece não ter clareza de quais os novos valores e conclui que, privatizar mantendo o poder do Estado, é uma condição de modernidade pós-marxismo.
Na realidade, enquanto se dá a discussão, o governo petista caminha em direção aos liberais, com aceno rápido e facilitador do meio financeiro dos megaempresários, bem articulados e sistêmicos.
Na certeza do imediato, as fronteiras dos Estados vão se dilacerando, tornando o mundo em uma só nação globalizada. À América Latina resta a função de celeiro de um centro que precisa produzir e promover consumo.
As matérias-primas latino-americanas não podem ser desprezadas em tempo de privatizações. Afinal de contas, ganha-se ainda neste tempos com a força da mão-de-obra, dos assalariados ( com ganhos baixíssimos – para um mundo globalizado), com o enriquecimento dos eternos impérios, que trocam de lugares no decorrer dos séculos.
Então, apertar o cinto a ideologia sumiu.
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Antonio S. Silva é professor de Jornalismo da UFMT, Campus Araguaia.