O que não tem censura nem nunca terá


"Oh, pedaço de mimOh, metade afastada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Oh, metade amputada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim” 
(Trecho de Pedaço de Mim, de Chico Buarque de Holanda)

"Oh, pedaço de mim

Oh, metade afastada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Oh, metade amputada de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim” 
(Trecho de Pedaço de Mim, de Chico Buarque de Holanda)
2PM


SIM, TENHO UM SEIO MAIOR QUE O OUTRO….ISSO NÃO ME REPRIME…ME ACHO LINDAIMPERFEITA, E AMADA, AS ESTRIAS NÃO FORMAM MEU CARÁTER!

Eu era feliz com o meu corpo. Eu não conhecia os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Aos 12 anos, enquanto minhas amigas já tinham o corpo desenvolvido e eu continuava bastante magra, comecei a ser oprimida. Os comentários partiam tanto das meninas, como -e principalmente- dos meninos.

Quando eu inocentemente vestia alguma roupa curta, tinha que lidar com comentários do tipo: “Você está querendo mostrar o quê?”

Quando usava biquíni, me perguntavam:
"Cadê os seus peitos?"
Incapazes de ver que a minha magreza se dava por fatores genéticos, fui muitas vezes chamada de anoréxica; pelos meus seios quase inexistentes, pela minha bunda pequena, e pela minhas pernas que não grudavam uma na outra.
Por um bom tempo, me deixei levar pelo o que me falavam. Cheguei ao ponto de vestir duas calças pra “engrossar” as coxas e a bunda, e meias no sutiã pra dar volume.
Quando perdi minha virgindade, não tive sequer coragem de tirar a camiseta por vergonha do tamanho dos meus seios.
Hoje, com 17 anos, continuo com o corpo bem pouco desenvolvido, só que agora, me sinto livre pra vestir o que eu quero e sem vergonha do que os outros vão pensar a respeito. O feminismo tem me libertado cada vez mais. O feminismo me ensinou a voltar a amar o que eu nunca devia ter odiado um dia.

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