MEC vai pagar R$ 400 para aluno que fizer o Revalida


Gasto com incentivos é estimado em R$ 1,5 milhão. Prova será aplicada a estudantes brasileiros em 25 de agosto e visa calibrar as questões do exame




O governo federal vai pagar 400 reais para os estudantes de medicina que participarem do pré-teste do Exame Nacional de Revalidação de Diploma Médico (Revalida) — prova necessária para o reconhecimento do diploma de profissionais formados em outros países e que querem atuar no Brasil. O pré-teste será aplicado a alunos que estejam no último ano de medicina. O objetivo é calibrar as questões da avaliação e utilizar os resultados para subsidiar eventuais ajustes nas edições seguintes”. O gasto estimado aos cofres públicos com os incentivos é de 1,5 milhão de reais.

prova será aplicada no dia 25 de agosto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC). O Inep já havia sinalizado que daria algum tipo de incentivo aos participantes. Entretanto, não havia menção a pagamento em dinheiro.
Como a participação é voluntária, a preocupação do Inep —  e de especialistas —  é que houvesse baixa adesão ao pré-teste, ou mesmo boicote, não sendo possível alcançar uma amostra significativa. O Inep nega que os dados do pré-teste serão usados para reduzir a dificuldade do Revalida. Nas últimas duas edições, o exame registrou índices de reprovação acima de 90%.
Para receber os 400 reais, os alunos, além de comprovar participação na prova, não poderão obter nota zero. O Inep afirma que os incentivos estão previstos na Lei 11.507, de 2007, que institui o Auxílio de Avaliação Educacional (AAE). O órgão recomenda que o valor seja usado para pagar a inscrição em programas de residência médica, mas não há nenhuma ferramenta legal que determine como o dinheiro deve ser empregado. 
Contrapartida -  Bráulio Luna Filho, membro da comissão de especialistas que negocia alterações no programa Mais Médicos , afirmou não ver problemas em pagar para evitar que os estudantes boicotem a prova. “"Se não tivesse essa contrapartida, provavelmente os alunos não fariam a prova ou a fariam de qualquer jeito. “Gastar dinheiro com pesquisas e avaliações não é problema, desde que a amostra seja bem feita. E a amostra de universidades de São Paulo selecionadas para fazer o Revalida não é representativa", disse em referência à escolha de apenas três instituições particulares paulistas com baixo desempenho para participar da calibragem.

Fonte: Veja