Ventos que 'fazem a curva' em RO levam umidade para o Mato Grosso


Ventos que vêm do mar 'batem' na cordilheira, dizem pesquisadores.
Projeto Rios Voadores estuda correntes de ar carregadas de umidade.



O projeto Rios Voadores coleta amostras das correntes de ar que transportam grande volume de vapor de água pela atmosfera (Foto: Margi Moss/Projeto Rios Voadores)

O Projeto Rios Voadores, que estuda as correntes de ar carregadas de vapor d'água que circulam na atmosfera, identificou que as correntes que vêm do mar pelo leste entrando pela costa do país 'batem' na Cordilheira dos Andes e fazem a curva no estado de Rondônia. Os rios voadores, como são chamadas estas correntes, fazem a curva no estado e carregam umidade para o Mato Grosso até o Sudeste, influenciando os níveis de chuva destas regiões.

"Rondônia, principalmente Porto Velho, está em um local onde o vento faz a curva. Os ventos que vêm do mar pelo leste, passando por Belém, esbarram na Cordilheira dos Andes e juntando-se com a evapotranspiração da floresta Amazônica distribui umidade pelo país", explica o ambientalista Gérard Moss, coordenador do projeto.

A quantidade de vapor d'água presente nas correntes chamadas de rios voadores na pesquisa está relacionada com a quantidade de árvores e com a floresta amazônica. De acordo com o pesquisador, uma árvore de grande porte chega a evaporar para a atmosfera cerca de mil litros de água por dia. Em uma floresta, os números podem subir para 20 bilhões de litros por dia.

Com o desmatamento, a quantidade de umidade que sai da região amazônica para as outras regiões do país diminui. "É importante que a floresta seja preservada até por uma questão econômica, com a diminuição das chuvas, a agricultura fica prejudicada. A floresta Amazônica é uma bomba biótica, ela transforma a energia do sol em vapor de água, por isso é importante preservá-la", ressalta Moss. Mais