‘O vírus está aí proliferando e matando’, diz vendedora do comércio de Barra do Garças, sobre a pandemia de COVID-19
Pandemia
Agência
Focaia
Reportagem
Thaynara
Fernandes
Marcos
Filho
Segundo o site de
notícias Semana
7, o município de Barra do Garças (MT), dia 10/06 registrou cerca de 102
casos positivos para o novo Coronavírus (COVID-19). Os números indicam 53
pacientes recuperados e sete pessoas morreram devido à complicação da doença.
Desde o início da chegada do novo coronavírus à
cidade, o número de casos vem aumentando, o que gera preocupação aos moradores.
“Acredito que a população não estava acreditando muito na situação e
confirmação dos primeiros casos de covid-19 em nossa cidade. Começaram a
acreditar apenas quando os números passaram a ser nome de pessoas conhecidas ou
familiares”, diz a Enfermeira do Instituto de Nefrologia do Araguaia (Clínica
de Hemodiálise), Eliane Lopes Pereira.
Vista
aérea de Barra do Garças (MT), em direção à cidade de Pontal (MT) e
Aragarças (GO), municípios
ligados pela BR 070 - Imagem Genito Santos.
Com a Pandemia, os comércios e a população tiveram
que se adequar a situação, seguindo às medidas preventivas, conforme orientações
da Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar o aumento do contágio da
COVID-19.
Segundo a vendedora de loja do centro da cidade, Gabriela
Silva Freitas “estamos trabalhando em horário reduzido. Intensificamos as
vendas online, o uso de máscara é obrigatório, à higienização das mãos deve ser
feita na porta. A limpeza da loja é feita duas vezes ao dia, trabalhamos de
luva descartável, o balcão é higienizado com álcool assim que o cliente sai, as
máquinas de cartão estão cobertas com papel filme trocado por dia e higienizado
com álcool assim que usada”.
Como
ressalta Freitas, para os clientes que chegam ao estabelecimento sem máscara será
disponibilizado a ele uma descartável, além da instalação de recipiente de álcool
em gel na entrada.
“No começo um ou outro cliente entrava sem máscara,
mas como todas nós usávamos, eles ficavam sem graça e saiam”. Ela acrescenta
que não há mais problemas neste sentido, todos estão orientados quanto aos
procedimentos.
De acordo com a promotora de vendas de supermercado
da região central, Heide Alves Martins, “na entrada do supermercado está sendo
disponibilizado álcool em gel, além da checagem da temperatura dos clientes ao
adentrar o estabelecimento, podendo entrar somente os clientes que estiverem
com o uso de máscaras”.
O supermercado teve o horário de funcionamento ampliado,
com início das atividades entre 6h e 21h, com o objetivo de reduzir os horários
de aglomerações dos consumidores.
Falta consciência
Martins, no entanto, reclama que pessoas da cidade
de Barra de Garças “acabam não seguindo as recomendações de ficar em
distanciamento social. Sendo uma das piores cidades da qual tenho conhecimento
em relação à população, por não estar levando a sério o momento ao qual nos
encontramos; em meio a uma pandemia que vem fazendo tantas vítimas”.
O estudante de Enfermagem da Universidade Federal
de Mato Grosso, Campus Araguaia, Marcos Vinicius Costa Santos, afirma que tanto
ele quanto as pessoas do seu meio, estão seguindo as orientações da OMS, como
forma de contribuir para redução das infecções pelo coronavírus.
“Estou atuando na promoção e educação em saúde para
a comunidade, por meio de lives e vídeo chamadas”, como revela, com recursos próprios, com uso das
redes sociais.
Embora muitos estejam preocupados, tomando os
devidos cuidados para evitar a contaminação do novo coronavírus, Santos avalia
que infelizmente ainda falta consciência social. Como tem observado nas postagens
de pessoas que acompanha, há aqueles que vão as academias, fazem as chamadas resenhas
[festas] e organizam o churrasco entre amigos.
“Eu acho que agora as pessoas caíram em si e estão
respeitando muito mais [ o distanciamento social]. Mas quando se trata do final
de semana, o desejo de se juntarem faz esquecer o vírus. E nisso as pessoas que
se arriscam trabalhando para a vida não parar, para o financeiro não parar,
elas acabam pagando o preço por essas pessoas que se aglomeram nos finais de
semana”, afirma Gabriela Silva.
Segundo
Eliane Lopes, “quem puder ficar em casa, fique. Sair somente quando necessário.
As medidas preventivas são de suma importância para quem não pode ficar em
casa. Uso de máscara ao sair, evitar aglomeração e contato físico, lavar as
mãos com água e sabão várias vezes ao dia ou usar álcool em gel até ter acesso
a água e sabão, tomar banho ao chegar em casa evitando tocar em objetos.
Acredito que se cada pessoa fizer sua parte, corretamente, logo teremos uma
curva descendente e retomamos a rotina normal”.
Gabriela Silva diz que neste momento de pandemia, “a primeira coisa é a
consciência de cada pessoa, que é a mais difícil. O vírus está aí proliferando
e matando, não adianta brigar, decretar, fazer nada se o ser humano não tiver
consciência. E se tratando de decretos, o uso de máscara, álcool em gel e
lotação mínima nos estabelecimentos é o que se deve fazer. E a vida agora tem
que ser de casa para o trabalho e do trabalho para casa. As pessoas devem sair
se realmente precisarem”.
Abertura do comércio
Mesmo diante da proliferação da doença, a
Prefeitura de Barra do Graças editou O Decreto N°
4.350 de 29 de maio de 2020, que já está em funcionamento e permite
a reabertura dos comércios, das academias, centros de ginásticas, estúdios de Pilates,
bares, restaurantes, igrejas, lojas de conveniência, entre outros.
A abertura do comércio ainda divide opiniões. Para
Gabriela Freitas, tomando todos os cuidados é possível trabalhar sem correr
riscos de infecção pela COVID-19. “É necessário trabalhar, tudo é um ciclo e
todo mundo depende de todo mundo, cada um com as suas necessidades”.
Relata, no entanto, ter “muito medo da
contaminação, tenho medo de pegar e passar o vírus, por isso tenho todo cuidado
do mundo no trabalho e no meu dia a dia”, diz.
Para o estudante de
enfermagem, Marcos Vinicius, os comércios “deveriam ser mantidos [somente] os
essenciais”, pontuando que “bares e instituições que desenvolvam atividades
semelhantes deveriam ser fechados”.
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Por motivos autorais houve alteração da imagem inserida na reportagem.