Professores promovem mobilização nas universidades pública brasileiras na defesa de política conservadora e liberal

Política universitária

Agência Focaia
Reportagem
Izadora Viana










































Faixas com os dizeres “somos UFMT 5.0” fixadas na Universidade Federal de Mato Grosso, em espaço de ampla visibilidade nos Campi do Araguaia, na unidade de Barra do Garças, e Cuiabá, chamaram a atenção de alunos e professores. Entre os propósitos dos organizadores do movimento, que se afirmam de direita e envolvem outras instituições universitárias, estão a reflexão sobre diversos assuntos atuais.

Ricardo Stefani, docente do curso de Química e do Mestrado em Ciências de Materiais, disse que objetivo é divulgar a associação ligada aos Docentes Pela Liberdade (DPL) e também homenagear o Jubileu de Ouro da UFMT, comemorado nesse ano de 2020.


Faixa instalada no Campus Araguaia, em Barra do Garças (MT), pela associação dos Docentes Pela 
Liberdade (DPL), no dia 10 dezembro de 2019 – Foto: Arquivo pessoal.

Questionado sobre os outros campi da universidade mato-grossense, Rondonópolis e Sinop, Stefani esclareceu que não foi possível encontrar em tempo hábil, voluntários que instalassem as faixas.

A frase escolhida “Somos UFMT”, vai ao encontro do ideal de que a universidade é uma só, sem distinção entre os campi, seja ele interior ou capital. Professores, técnicos e alunos da UFMT que são membros do DPL querem antes de tudo, defender a UFMT, afirma Stefani.

“Queremos uma universidade com liberdade de pensamento, com qualidade, diversidade e totalmente integrada à sociedade e seus interesses. Por isso, somos UFMT.”

Mobilização

A associação DPL começou como um movimento em maio de 2019 a partir da junção de vários grupos de redes sociais, por iniciativa do Prof. Dr. Marcelo Hermes Lima (UnB), e em outubro, tornou-se uma associação.

O DPL surgiu e foi organizado por professores do movimento de ideologia política de direita, tendo por objetivo “a defesa da liberdade acadêmica, de cátedra e de uma gestão transparente e eficiente das universidades e centros de pesquisa, sobretudo das universidades públicas, que são um patrimônio da nação”, destaca o docente.

Stefani conta que nesta associação tanto alunos como professores, técnicos e membros da sociedade podem filiar-se. No Araguaia o número de associados ainda é pequeno, contando com uma dezena de professores, porém, no estado há mais membros.

Organização

A diretoria do DPL–MT foi recém-formada, promovendo reuniões conforme necessidade de mobilização, não tendo um calendário definido. Isso porque, segundo os organizadores, a maior parte dos membros tem dificuldades de comparecerem às reuniões devido às distâncias entre os campi, fazendo com que a maioria das decisões ocorram de forma virtual.

Cecília Moraes, professora da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), foi designada por meio de portaria do DPL Nacional, emitida pelo presidente da associação Prof. Dr. Marcelo Hermes, diretora regional do DPL Mato Grosso.

Ela informa que está sendo organizada programação para esse ano, mas adianta algumas das atividades que devem incluir todos os campi. Dentre elas, reflexão sobre os impactos das produções científicas, inovação tecnológica, patrimônio cultural, gestão estratégica e empreendedorismo etc.

Moraes afirma que 2020 é um ano muito especial, pois será o primeiro ano do DPL Mato Grosso.