CEITOX realiza trabalho de conscientização sobre intoxicações e acidentes por animais peçonhentos em Barra do Garças e região do Araguaia
Intoxicação
Agência Focaia
Redação
Letícia Leite
Foto: Rede social do grupo
Estudantes ao lado da
professora Suchara (primeira ao fundo, da esquerda para a direita), do projeto
CEITOX, realizam palestra, reunidos no auditório 224 em UFMT/CUA
Professores dos cursos de Biomedicina, Farmácia,
Biologia e Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus
Universitário do Araguaia (UFMT/CUA), decidiram colocar em prática um trabalho com
objetivo de realizar estudos e
promover campanhas educativas, visando à diminuição dos casos de intoxicação em Barra do Garças e região do
Araguaia. O intuito do projeto é evitar
a propagação de diversos tipos de agentes que causam intoxicações, além de
acidentes com animais peçonhentos.
A atividade será desenvolvida pelo Centro
de Estudos e Informação Toxicológica do Araguaia (CEITOX), que tem a professora
Eliane Suchara, como uma das coordenadoras do trabalho. Ela afirma que o
índice de intoxicação por acidentes e animais peçonhentos é grande para a quantidade de habitantes
de Barra do Garças, que é de 58.974 mil, segundo estimativa do IBGE
2017.
Segundo Suchara, é exatamente
pensando nisso, que, em maio de 2017, foi desenvolvido o CEITOX, a fim de levar
os dados para a população e conscientização toxicológica na
região do Araguaia. Ela ainda afirma que o tema intoxicação é muito
amplo, então foi decidido aplicar quatro tipos de intoxicação: boa noite
Cinderela, narguilé, intoxicação medicamentosa e acidentes por animais.
Festas e intoxicações
Entre a preocupação do grupo de professores está o boa noite Cinderela. O crime que consiste em dopar a vítima com determinadas substâncias normalmente encontradas em farmácias, com o intuito de roubá-la e/ou estuprá-la. “Pensando na exposição frequente dos universitários em festas, bebidas oriundas de lugares desconhecidos, escolhemos os universitários como público alvo para a ação”, afirma Suchara.
A maneira que o CEITOX encontrou para a
conscientização dos jovens foi a divulgação em folders, usando a plataforma digital. Foram
realizados também encontros com estudantes dentro da UFMT/CUA,
mostrando vídeos, com referência ao conhecido golpe, muito frequentes nas baladas de final
de semana.
O Narguilé que parece inofensivo, uma espécie de
cachimbo de água normalmente utilizados nos países do Oriente Médio, conforme o Centros de Estudos
Toxicológico, causa problemas
graves à saúde, como o câncer. O narguilé é 100 vezes mais potente que o
cigarro. Entretanto, a venda do produto tem aumentado em tabacarias especializadas, nos últimos anos.
“Muitos adolescentes usam o narguilé no
Porto do Baé e nas tabacarias em Barra do Garças, então pensamos em ir até as
escolas alertar alunos de 7º,8º e 9º ano, a fim de prevenir, antes de receberem
o convite de aderir ao uso”, alerta a
professora.
Para obter sucesso com o público jovem,
o CEITOX resolveu inovar. A
ferramenta de aprendizado utilizada para informar sobre o tema foi um jogo. “Palestra é algo
cansativo para crianças, então nós decidimos inovar com um jogo de perguntas e
respostas sobre o narguilé”, diz Suchara. A sala é dividida em dois
grupos, e no final, os voluntários do projeto explicam o que é e os malefícios
do uso do narguilé.
Intoxicação medicamentosa
De acordo com estudos epidemiológicos
de intoxicação apresentados pelos
professores da UFMT, o agente
tóxico que mais causa intoxicação é o medicamentoso. Segundo Suchara, na faixa
de 3, 4 e 5 anos de idade é comum o número de casos de intoxicação
medicamentosa acidental. Por esse
motivo, os pais e responsáveis são o público alvo do (projeto) do
CEITOX, na busca da prevenção.
Folders foram distribuídos nas ruas
(aos pais e responsáveis) direcionados às famílias para informar sobre
as sintomas, remédios que mais causam intoxicação, como evitar, como agir caso
haja intoxicação medicamentosa e telefones úteis para socorro.
Acidentes por animais peçonhentos
O foco dessa quarta intoxicação se dá
pela área geográfica. “Barra do Garças é um município com muitas trilhas,
lugares ao ar livre para lazer, como a Serra,além de residências
próximas a áreas rurais. Isso propicia o contato com serpentes e aranhas,
então a probabilidade de intoxicação é alta”, afirma Suchara.
Além disso, uma das estudantes que
participam do trabalho, Juliana Marques, diz que existe uma certa dificuldade
em dados concretos. “Nossa região sofre com muitas subnotificações, o que dificulta a realização de
levantamentos de dados sobre intoxicações e acidentes por animais peçonhentos.”
Os feirantes foram escolhidos para se
tornarem o público alvo, porém, por falta de recurso e patrocínio, não foi
possível colocar o projeto em prática da forma desejada. Com esta finalidade apenas um folder foi feito até o momento.
Resultados em 2017
Durante o ano de 2017, quando o trabalho teve início, “Com
mais de 19 membros envolvidos no CEITOX, cerca de 600 pessoas foram
beneficiadas com dois seminários de prevenção às intoxicações, aplicações em
escolas, praças e no Porto do Baé”, afirma Marques.
A professora Suchara diz que os resultados são mais escassos,
visto que, não se completou nem um ano de atividades. Para este ano, ela
prevê modificações na programação e aumento de atividades, porém, afirma, necessita de patrocínio para
continuar.