Criada por aluno da UFMT Araguaia, garrafa que preserva sementes é destaque no programa 'Como Será?', da TV Globo

Pesquisa e Tecnologia

Agência Focaia
Redação
Vasco Aguiar

    Fotos: Reprodução da TV                              A jornalista Sandra Annemberg apresenta Gustavo Duarte (ao fundo), inventor da "Garrafa Duarte"
Estudante do 6º semestre do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Araguaia, Gustavo Siqueira Duarte, desenvolveu uma nova técnica que visa à melhora da preservação de sementes de diversos tipos. A iniciativa foi batizada de “Garrafa Duarte” e resulta da injeção de dióxido de carbono (CO2) em garrafas pet, para a preservação das sementes.
O experimento foi destaque em uma reportagem do programa Como será?, da TV Globo, exibido no episódio do último dia 4 (sábado). A repórter Eunice Ramos esteve em Barra do Garças para conhecer a invenção de Duarte. O estudante analisa que, “a divulgação de projetos de pesquisa da UFMT na mídia nacional é benéfica para a universidade, principalmente por dar visibilidade à excelência da instituição e do que fazemos aqui dentro”. Duarte acredita que “o reconhecimento dos projetos de pesquisa da universidade tende a motivar alunos à pesquisa, e assim fazerem a diferença na vida das pessoas”.  
                                     A repórter Eunice Ramos entrevista Gustavo no laboratório da Unidade I, em Pontal do Araguaia
A orientação da pesquisa, que chegou ao dispositivo, é do professor de Engenharia de Alimentos da UFMT, Campus Araguaia, Márcio de Andrade Batista, que revela estar contente com a repercussão. “É gratificante ver nosso trabalho tendo visibilidade nacional, isso mostra que pesquisas feitas em universidades do interior possuem relevância para o país”. O professor revela como surgiu o convite para participarem do programa Como Será?, “A equipe da TV Globo chegou até nós através da cobertura regional que já tivemos nos meios de comunicação do estado, como o G1, jornais universitários e inclusive o Focaia”.
A garrafa
O estudante explica que o dispositivo é composto por uma haste de inox conectada a um cilindro de dióxido de carbono (CO2), ele é acoplado a uma garrafa pet (foto abaixo). Injeta-se o dióxido de carbono dentro da garrafa com as sementes. “Após isso, a fechamos e não existe mais contato com o oxigênio, só com o CO2 que está dentro da garrafa. Isso faz com que os microrganismos não se proliferem, já que eles se propagam a partir de oxigênio. Algumas sementes aumentam sua durabilidade em até dois anos”.
Gustavo conta que teve a ideia de fazer uma pesquisa com sementes, visando preservá-las por mais tempo. Segundo ele, o objetivo era ajudar as pessoas que cultivavam pequenas áreas. “Levei o plano até o professor Márcio, ele propôs a injeção de CO2 em garrafas pet (através de um pressurizador), pois isso ajudava na maturação das sementes e fazia a conservação virar algo real”. Duarte relata que isso até então não era feito na agricultura familiar, e afirma que até hoje não existe equipamento deste tipo usado no campo, mas com a garrafa acoplada ao pressurizador isso seria possível. 
Capitalizar o experimento

A princípio a intenção do acadêmico foi facilitar a vida dos pequenos agricultores familiares, tanto na armazenagem quanto estocagem de grãos. Porém, o estudante não rejeita a possibilidade de ver seu dispositivo comercializado. “Não sabemos o que pode acontecer, o projeto está bem no início, mas não descarto nenhuma possibilidade”. O orientador Márcio Batista também acredita que no futuro o dispositivo terá condições de ser explorado comercialmente, “poderá ser usado para armazenar grãos que costumeiramente temos em nossas casas, como feijões, arroz, castanhas e etc”, conclui.