Educação indígena
Agência Focaia
Vasco Aguiar
O “Fórum de Política Pública para Educação
Escolar Xavante” teve início nesta segunda-feira (15), na sala de cinema da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Araguaia”. O objetivo da semana é o debate da educação,
com elaboração de diretrizes que subsidiem a construção e implantação da
política de educação escolar indígena diferenciada para o estado de Mato Grosso.
No mesmo sentido, também discutir sobre temas, princípios, orientações e planos
referentes a educação escolar indígena no Brasil.
O evento é promovido
pelo Centro de Formação e Atualização dos Profissionais (Cefapro), UFMT e
Funai, mas recebe apoio de vários outros órgãos, como CEFAPRO/BGA, NPD, SUDE, SUFP, SAPE, UNEMAT, além das Assessorias Pedagógicas de Barra do
Garças, General Carneiro e Campinápolis.
Considerando o tema, o que os participantes esperam é de uma semana com muitas discussões acerca da educação escolar xavante. O encerramento marcado para esta sexta-feira (18), cuja programação é voltada para a participação das comunidades indígenas e profissionais do ensino.
Fotos - Vasco Aguiar
Presidente do fórum, Xisto
Tserenhi’ru Tserenhimi’rami discute a importância de valorização da educação
Xavante
Na abertura dos trabalhos compareceram educadores da região e lideranças das Terras Indígenas Xavante das localidades de São Marcos, Sangradouro, Pimentel Barbosa, Parabubure/Ubawawe, Marãiwatsédé, Marechal Rondon e Areões. Este é, conforme os organizadores, o começo da etapa regional do fórum, porém no âmbito do Território Etnoeducacional A’uwẽ Uptabi.
Uma das propostas do encontro na cidade de
Barra do Garças, no Campus Universitário do Araguaia, é a sistematização e
divulgação dos resultados das discussões dos grupos de trabalho, que serão
formados entre os indígenas durante o fórum. Posteriormente, as diretrizes retiradas dos
debates serão apresentadas à Secretária
de Estado de Educação (Seduc), em forma de documento.
No final, a comunidade Xavante espera como resultado prático dos trabalhos que as decisões componham
a política de educação escolar indígena para o estado. Os organizadores defendem também que o
fórum temático se torne permanente, permitindo mudanças no ensino, em conformidade com a sua cultura e tradições.
Escola Xavante
O professor e
especialista em educação e Presidente do fórum, Xisto Tserenhi’ru Tserenhimi’rami, no seu discurso de abertura, rapidamente, reconheceu a
necessidade de haver uma reformulação da maneira como a educação indígena é
tratada pelo poder público. “Queremos discutir a filosofia xavante na educação
escolar indígena, trazer a escola para a nossa cultura, não levar nossa cultura
para a escola, isso é um desafio para nós, porque vivemos assim, nossa educação
é assim, mesmo após quinhentos anos”, avalia.
Indígenas da tribo Xavante assistem cerimônia de
abertura do Fórum de Educação
Presente na abertura do evento, o Secretário
Municipal da cidade de Campinápolis, município onde se localiza diversas
aldeias de etnia xavante, Emival Pereira da Costa, que defendeu a revisão do
calendário escolar indígena. Pois, segundo ele “é preciso haver a construção de uma educação de
período diferenciada, uma política pública educacional para a cultura xavante”, especificamente.
Nas discussões desta primeira noite de trabalho, alguns pontos se destacam como preocupação dos educadores e indígenas, entre eles a formação inicial e continuada, formação para o
eixo profissional, licenciatura e magistério intercultural, a carreira dos
profissionais da educação. Além da necessidade de concursos públicos específicos e o regime de
colaboração para a garantia da educação escolar indígena.
Programação
Quarta-feira
(17), às 19h
Noite
Cultural, com shows e apresentações. Além de Feira de artesanato, vídeos e
livros.
Local:
Espaço de Convivência- Quadra 18.