Professores da UFMT realizam hoje ato público em Cuiabá e não descartam paralisação


Ato Público


Redação Focaia
Fonte - Adufmat
Luana Souto

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), dos Campus Universitários do Estado, incluindo docentes do Araguaia, participaram hoje pela manhã de ato público, em frente à sede da Reitoria da universidade. Conforme os organizadores do movimento cerca de 170 pessoas estiveram no local reivindicando o cumprimento de uma ação judicial que corre há 22 anos, concedendo aos docentes a implementação do percentual de 28,86% ao salário. O processo de conhecimento já transitou em julgado, dando vitória aos docentes. 
 Foto - Luana Souto
Somente em 2016, o juiz federal responsável pelo caso, Cesar Bearsi, determinou três vezes o pagamento a todos os docentes da universidade, aplicando inclusive multa institucional e pessoal a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder. Mas a Reitoria alega que não poderá fazê-lo, uma vez que depende da autorização da Procuradoria Federal.

No início de maio, a Procuradoria Federal encaminhou um Parecer de Força Executória à Reitoria, autorizando a execução da determinação judicial, tal qual o juiz definiu: pagamento a todos, independente do ano do vínculo com a instituição, ou situação sindical. No entanto, após questionamento do governo federal, via Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), a Procuradoria Federal encaminhou novo parecer, retificando o anterior, dando nova interpretação a decisão judicial e limitando a execução a parte dos docentes.

“Parecer de Força Executória não se sobrepõe a decisão judicial. Não cabe interpretação, nem modificação da decisão nesse momento. A Procuradoria está induzindo a universidade ao erro”, explica o advogado responsável pelo caso, Alexandre Pereira.

O sindicato da categoria, Adufmat-Ssind, reclama que a reitora assuma seu papel político e intervenha no sentido de cobrar a execução da decisão judicial como determina o juiz, ou, no mínimo, denuncie a falta de autonomia financeira e política imposta a universidade.

Nós entendemos a colocação da reitora, mas não concordamos. Para nós, a execução depende dela, sim. Quando o juiz observa, na sua decisão, que a universidade tem protelado, agido de má fé, e interpela o reitor, aplicando multa institucional e pessoal ao reitor pelo descumprimento, ele está atribuindo a responsabilidade a administração da universidade. Então, nossa avaliação é de que a Reitoria tem um papel político importante nesse sentido. Além disso, a Constituição Federal versa sobre a autonomia da universidade pública”, afirma o presidente da Adufmat-Ssind, Reginaldo Araújo.    

Além do ato, os docentes estão organizando uma série de atividades para cobrar o cumprimento desse direito, e não descartam a possibilidade de paralisação. Agora à tarde os professores seguem em Assembleias decidindo os próximos passos do movimento de reivindicação da categoria.