Livros
O pró-reitor acrescenta que o valor destinado ao Campus Universitário do Araguaia é insuficiente para a demanda. "Alguns livros importantes que temos que adquirir são muito caros, um exemplar pode passar de mil reais", conclui.
Agência Focaia
Redação
Vasco Aguiar
Nos últimos anos as
universidades brasileiras passam por grave crise financeira, mas um assunto
persiste até mesmo em tempo de bonança nas instituições de ensino do país, a
compra de livros atualizados pelas bibliotecas universitárias. Como reflexo, em
meio às dificuldades enfrentadas por alunos durante a vida acadêmica, uma delas
é a de acesso a livros dentro da universidade.
No Campus Araguaia, da Universidade Federal de Mato Grosso, esse tem sido um
problema recorrente. Alunos e professores relatam as suas dificuldades de
ter acesso a livros essenciais
para a formação acadêmica, que,
na maioria das vezes, não constam na biblioteca do campus do Araguaia. O pró-reitor destaca as
dificuldades de promover aquisições e revela a diferença de recursos entre os
campi do interior e o da capital, Cuiabá.
Foto: Vasco Aguiar
Prateleiras da Biblioteca na Unidade I, da UFMT/CUA em Barra do Garças.
Estudante do curso de Biologia, Maria Inês Pomilio revela que
muitos livros necessários para sua graduação não são encontrados na biblioteca
do campus. “Algumas vezes já passei pela situação de ter uma prova e o livro
que me ajudaria a estudar não constar na biblioteca, foi terrível, a gente precisa
se virar para não ser prejudicada”, reclama. Pomilio acrescenta que na semana
passada, um professor pediu para que os alunos fossem verificar, na biblioteca,
se um livro solicitado por ele há anos já constava nas prateleiras.
“Fomos até lá, mas como já imaginávamos, ainda não adquiriram o exemplar. Aí tivemos que usar um livro com conteúdo menos específico do que necessitávamos”, diz a acadêmica. Ela afirma que se existissem os livros específicos de cada curso na biblioteca, não seria necessário gastar com xerox. Conforme a estudante, “os alunos poderiam utilizar este valor com suas necessidades básicas”, conclui.
“Fomos até lá, mas como já imaginávamos, ainda não adquiriram o exemplar. Aí tivemos que usar um livro com conteúdo menos específico do que necessitávamos”, diz a acadêmica. Ela afirma que se existissem os livros específicos de cada curso na biblioteca, não seria necessário gastar com xerox. Conforme a estudante, “os alunos poderiam utilizar este valor com suas necessidades básicas”, conclui.
Acadêmico do curso de Letras, Ykaro Hariel também afirma já
ter sofrido por não encontrar livros que buscava. “Temos que dar um jeito,
baixar na internet, tirar cópias”. Porém o estudante salienta que “nem sempre
conseguimos fazer isso, já que algumas obras são impossíveis de achar por meios
alternativos, a opção que resta é comprá-las, e não sai barato”, ressalta.
Segundo Hariel, estudantes universitários vivem em uma
situação financeira difícil. “Gastamos muito para nos mantermos na
universidade. Temos que arcar com o transporte, alimentação, moradia, a
manutenção na cidade, custa caro”. Por estas razões o acadêmico acredita que o
gasto com aquisições de livros tem grande peso na economia estudantil.
Professor do curso de Jornalismo da UFMT/CUA, Jorge Arlan de
Oliveira destaca a importância da leitura na academia. “O livro tradicional à
disposição dos estudantes e professores é decisivo para o conhecimento, só se
aprofunda o conhecimento com leituras”. Arlan acrescenta que o professor, na
sua metodologia, pode trazer diversos pontos em sala de aula, “no entanto, o
aluno tem que aprofundar estes estudos no seu contato direto com a leitura, com
as correntes de pensamento e etc”, diz.
Ele afirma que no curso de jornalismo, por exemplo, existe uma
deficiência grande de obras na área de comunicação. “Isso requer do professor
um esforço para ultrapassar essa limitação. Nós enfrentamos a falta de livros
em quantidade e variedade de títulos como uma barreira.” O professor ainda
ressalta que os docentes acabam buscando alternativas, que
segundo ele não deveria acontecer, “o correto seria que tivéssemos a
nossa disposição as melhores obras”, finaliza.
O que diz
a Pró-reitoria
Foto: Adailson Pereira
Pró-reitor do Campus Araguaia, Paulo Jorge da Silva explica que
todos os anos recebem verba para a aquisição de livros. Segundo ele há dificuldade para fazer a compra. Silva observa que devem respeitar a
burocracia das licitações, que acabam
desestimulando os interessados. “Por exemplo, estamos com problemas seríssimos
com a coleta de resíduos sólidos no campus, já fizemos duas licitações, mas
nenhuma empresa apareceu”, diz.
O pró-reitor (foto acima) esclarece que a universidade, em 2017,
recebeu 500 mil reais para investimentos
em livros acadêmicos. “Este valor não é só para nosso campus, mas para todos os
cinco campi”. Ele informa que do montante disponibilizado, a divisão foi feita
da seguinte maneira, “75 mil reais para cada campus do interior e 200
mil reais para o de Cuiabá”, afirma.
O pró-reitor acrescenta que o valor destinado ao Campus Universitário do Araguaia é insuficiente para a demanda. "Alguns livros importantes que temos que adquirir são muito caros, um exemplar pode passar de mil reais", conclui.