Estudantes da UFMT, em Cuiabá, fazem dia de protestos contra PEC do teto



PEC 55


Keka Werneck


A avenida Fernando Corrêa (Cuiabá) amanheceu totalmente interditada, na pista sentido Coxipó-Centro, na manhã desta terça-feira (13), com pneus incendiados de fora a fora. O ato, que começou por volta das 6 horas da manhã, assinado pelos estudantes que ocupam prédios da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi rápido, durou alguns minutos.

Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local para debelar as chamas, os manifestantes já tinham saído rumo ao campus de Cuiabá, onde foram reivindicar uma reunião com a Reitoria.

Um dos integrantes do movimento, que preferiu não se identificar, alegou que reagiram radicalmente, queimando pneus, para dar uma resposta à forma, também radical, que o Executivo introduziu a PEC dos Gastos no Congresso Nacional, que tramitou na Câmara dos Deputados como PEC 241 e no Senado, PEC 55. Em segunda votação, a matéria acabou sendo aprovada em segunda votação ontem (53 a favor e 16 contrários à medida).

Os professores da UFMT também suspenderam as aulas na instituição por um dia, pelo mesmo motivo, e fizeram assembleia geral na Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat).
Os estudantes conseguiram agendar uma reunião nesta quarta-feira (14), às 17 horas, com o reitor interino Evandro Soares, que assumiu a gestão esta semana, por conta da reitora Myrian Serra ter sofrido um AVC no último sábado (10) e estar em estado grave, coma induzido.

Na pauta dos estudantes, está a defesa pelo Restaurante Universitário a R$ 1, por ser a principal política estudantil da instituição. O restaurante serve 3 mil refeições por dia. “Já sabemos que haverá um corte de 40% dos recursos da UFMT para 2017, então nosso temor é que o RU seja prejudicado”, disse um estudante do movimento de ocupação. Os estudantes vão reivindicar também que a instituição reavalie o calendário escolar, para que os acadêmicos grevistas não sejam prejudicados.

Os professores fizeram uma extensa assembleia geral, na tarde desta terça-feira, para tratar dos diversos impactos da PEC na visão da categoria, que congela gastos por 20 anos, inclusive verbas da educação.

Fim da greve

Com a aprovação da PEC e a derrota no Congresso Nacional, os técnicos-administrativo, que estavam em greve desde 24 de outubro - para marcar posição contrária à esta medida do governo de Michel Temer (PMDB) -, resolveram encerrar o movimento e voltam ao trabalho amanhã (15). O Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf) acompanhou a orientação nacional da categoria (Com edição Focaia).