A religião é uma das mais eficazes e sanguinolentas fontes de guerras, discórdias e matanças.
OS ATEUS são mais pacíficos?
É uma questão que emerge de uma das listagens mais interessantes que existem. É o GPI, Global PeaceIndex, fruto de um centro de estudos baseado em Londres.
Think tank, como são comumente chamados tais centros no mundo globalizado.
Tratei já do GPI neste espaço. Especialistas trabalhamcom mais de 20 indicadores econômicos e sociais de 144 países e montam uma lista da paz e riqueza mundiais.
Uma das coisas que impressionam, e têm despertado uma discussão vibrante, é a alta colocação dos países “ateus”, aqueles em que a maior parte das pessoas não acredita em Deus. A Suécia, com 85% de ateus, cintila no GPI e em todas as análises comparativas de desenvolvimento econômico, humano e social. Bem como a Dinamarca, a Noruega , a Islândia e a Finlândia.
No caso do GPI, todos estes países escandinavosestão no topo. O ateísmo é elevado em cada um deles. Do lado oposto, as piores colocações são de países com religiosidade alta, seja muçulmana ou cristã. O Brasil, como em todo estudo de avanço sexual, tem uma posição brutalmente medíocre. Ninguém corre o risco de ver Lula brandi-la na campanha, triunfal.
O GPI faz pensar. (Aqui, um vídeo organizou os números.)
Desde os primórdios da civilização, uma das razões mais comuns de conflitos é a religião. A Índia, para ficar num caso, foi golpeada duramente em seu progresso por conta da guerra sangrenta entre hindus e muçulmanos. Um pedaço da Índia de dominação muçulmana acabou se tornando um país independente, o Paquistão, hoje no meio do caminho entre os jihadistas islâmicos e os mísseis americanos.
É revelador um vídeo que mostra Ophra, a apresentadora americana, indo a Copenhague para tentar descobrir por que a Dinamarca é o país mais feliz do mundo, segundo um outro estudo. (Estive lá também, pelo mesmo motivo.) Ophra junta um grupo típico de mulheres dinamarquesas e bate um papo.
São saudáveis, bonitas, articuladas, orgulhosas de seu país. Não são massacradas por plásticas, maquiagens, griffes.
Quando Ophra pergunta se acreditam em Deus, elas respondem prontamente que não. Uma diz que acredita na “humanidade”. Não há na resposta delas aarrogância vaidosa e agressiva de Juca Kfouri ao replicar uma observação de Kaká, aquele sentimento, oriundo sobretudo de quem militou em centros acadêmicos em que se decoram orelhas de Marx, de que “somos melhores que os crédulos”.
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