Jornalista Suzana Singer condena duramente a reportagem que acusava o governo federal de entregar residências do Minha Casa, Minha Vida sem água e sem luz na Bahia; só não havia eletricidade porque os novos moradores ainda não haviam pedido a ligação junto à Coelba, empresa de energia do estado; "Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido (...) cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços (...) acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone", disse ela; sobre esse erro, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, também publicou uma análise demolidora sobre o que chamou de "fraude" cometida pelo jornal de Otávio Frias Filho.
Diante
das explicações dadas pelo governo e pelas concessionárias de serviços
estaduais, o jornal deveria ter derrubado a reportagem. Não adianta registrar
burocraticamente o "outro lado", como prega o "Manual da
Redação", mas insistir numa acusação vazia.
A Redação
não concorda. "A informação de que as casas foram entregues sem água nem
luz é relevante por mostrar a pressa com que o governo tem organizado essas
inaugurações, por motivos obviamente eleitorais. O objetivo da reportagem era
mostrar isso e não culpar a presidente pela falta de água e luz", diz a
editoria Poder.
Se era
assim, por que o título dizia "Dilma multiplica viagens e entrega casas
sem água e luz"? Em plena campanha (alguém duvida que já começou?), é
preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos
candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para
os programas eleitorais de 2014.