Rede Globo e as Redes Sociais

Por Antonio S. Silva


Fato que as múltiplas vozes vem ganhando força a cada acontecimento novo, envolvendo os meios de comunicação, como é o caso, da vez, da sonegação fiscal da Globo e espionagem na internet pelo governo dos Estados Unidos



A semana, como vem se tornado usual, esteve muito quente na rede social. Em meio a tantas debates políticos, os fatos que se destacaram foram os problemas financeiros – denúncia de sonegação fiscal - vividos pela Globo e os movimentos sociais que continuam no Brasil.

Nesta quinta-feira(11) mais milhares de pessoas nas ruas em um dia de protestos, envolvendo trabalhadores de diversos segmentos sociais. Não se podem fechar os olhos para a influência das novas mídias no jornalismo, não somente brasileiro. Há uma atmosfera de conflitos e dúvidas nas redações e empresas de comunicação, como ficou demonstrado cabalmente nos últimos dias.

No noticiário das mídias tradicionais, como sempre prevalece uma narrativa com destaque para a política com base no econômico. Desta forma, sobre os movimentos partidários, como pano de fundo uma discussão dos reflexos no mundo prático e imediato, na vida das empresas e desenvolvimento do país. A sociedade está a reboque desta discussão, sobretudo nos veículos comerciais.

Afinal, é consenso no jornalismo que às pessoas nas ruas querem melhores qualidade de vida, o que passa pela reformulação de Congresso corrupto e inerte.

O governo não faz o seu papel de incentivar a produção do país, sustentando programas para que os grandes empresários produzam com eficiência, preferindo manter um Estado paquidérmico, ou seja, pesado demais, com enormes gastos públicos, emperrando a máquina pública, que deve seguir as lógicas dos grandes mercados econômico - uma visão neoliberal.

O Brasil está perdendo o controle da sua ordem institucional por falta de um governo competente, centrado nos ideais do progresso – Talvez devesse ser mais conservador!


Na blogosfera

Por outro lado, na blogosfera a realidade é absolutamente outra. "Abaixo a Globo" que é a criatura que leva os brasileiros para o inferno da falta de conhecimento da realidade. A queda do império global de TV levará a um país mais consciente e capaz de atingir suas metas sociais, com mais governo voltado para as massas.

A disputa chega a envolver jornalistas de diferentes emissoras como é o caso de Paulo Henrique Amorim, ex-globo, agora Record, e Heraldo Pereira, com processos que rolam na justiça. PHA fez publicação em seu site “Conversa Afiada”, vista como racista por Pereira, o primeiro negro a sentar-se na bancada do Jornal Nacional, que substitui com frequência Willian Bonner.




A esquerda da rede

Ainda, numa linha mais independente, sob uma ótica partidária, na rede social forma-se uma corrente, mais a socialista, em torno da regulamentação dos meios de comunicação eletrônicos, incluindo a internet.

Nesta perspectiva a crítica é a concentração de veículos de comunicação nas mãos de poucos empresários, que detém o poder da informação no Brasil. Uma discussão que embora já antiga não sai do lugar, devido à força dos monopólios da comunicação no país, com ramificações internacionais.

Fato que as múltiplas vozes vem ganhando força a cada acontecimento novo, envolvendo os meios de comunicação, como é o caso, da vez, da das denúncias de sonegação fiscal da Globo, na compra dos direitos de transmissão dos Jogos da Copa, e espionagem na internet pelo governo dos Estados Unidos.

Como se vê, na multiplicidade de emissores no mundo e o Brasil a sociedade torna-se mais complexa e com mais comunicação.  Como resultado, há uma disputa de mídias que deverá chegar a algum lugar.

Aguardar para ver.

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Antonio S. Silva é professor da UFMT, Campus Araguaia.