Nestlé diz que achou carne de cavalo em produto ligado a empresa da JBS

JBS Toledo é fornecedora e subcontratou empresa que forneceu produtos.

Em nota, JBS diz que suspendeu contrato com a empresa que subcontratou.




Nestlé divulgou um comunicado, nesta segunda-feira (18), em que diz ter encontrado traços de DNA de cavalo em produtos da marca que estariam ligados à brasiliera JBS. Os produtos eram vendidos na Itália e na Espanha.
Segundo a Nestlé, dois produtos feitos a partir de carne fornecida pela empresa alemã H.J. Schypke tinham quantidade de carne de cavalo. A empresa alemã foi subcontrada pela fornecedora da Nestlé JBS Toledo NV, uma subsidiária do grupo brasileiro JBS. "Nossos testes encontraram traços de DNA de cavalo em dois produtos feitos a partir de carne fornecida pela H.J. Schypke", diz a nota.

"Estamos agora suspendendo as entregas de todos os nossos produtos acabados produzidos usando carne fornecida pela empresa alemã H.J. Schypke, subcontratada de um de nossos fornecedores, a JBS Toledo NV", diz o comunicado.


JBS

Em seu site, a JBS afira que é a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo, atuando nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno e latas. A companhia está presente em todos os continentes, com plataformas de produção e escritórios no Brasil, Argentina, Itália, Austrália, EUA, Uruguai, Paraguai, México, China, Rússia, entre outros países.  A empresa mantém uma unidade em Barra do Garças (MT)

Em nota, a JBS disse que o escritório comercial da JBS na Bélgica (JBS TOLEDO) foi notificado nesta segunda sobre o caso e que "suspendeu todos os contratos com a Schypke e não comercializará mais produtos europeus até que a confiança na segurança do sistema de fornecimento do bloco seja restabelecida".

Nenhum caso de violação foi identificado nos produtos fabricados pela própria JBS, segundo nota da empresa, que diz também que "nenhum contrato sofreu alteração ou cancelamento e os pedidos estão sendo cumpridos a partir das plataformas próprias de produção".
A empresa brasileira diz que a empresa alemã respondia por todo o fornecimento, desde o processo operacional e logístico até o envio ao cliente final, e reitera que a Schypke "não pertence ao seu grupo econômico e não possui qualquer relação societária ou operacional com a companhia".

A JBS disse que trabalhava com diferentes fornecedores com o consentimento dos clientes, que auditavam e aprovavam os fornecedores europeus selecionados.


JBS descumpre acordo socioambiental e perde clientes

Também em seu site a JBS diz que  apoia o crescimento sustentável da pecuária e, por isso, criou uma política interna de compra de gado que tem como objetivo garantir a origem de sua matéria-prima, evitando que os animais adquiridos sejam provenientes de fornecedores que estão nas listas dos que praticam o desmatamento, realizam trabalho escravo, estão em áreas indígenas e em unidades de conservação. Mas no ano passado, a ONG Greenpeace acusou a JBS comprar animais criados em áreas desmatadas no Brasil.