Política
Agência Focaia
Reportagem
Júlia Viana
Marcos Antonio
Campus universitário da UFMT, em Barra do Garças onde ocorreu o
acolhimento dos
estudantes calouros da graduação. - imagem - Adailson Pereira.
estudantes calouros da graduação. - imagem - Adailson Pereira.
As
críticas e resistência das universidades brasileiras ao atual governo se
expande pela país, depois de o ministério da educação anunciar cortes que,
segundo os reitores, inviabilizam a administração do ensino público superior.
Como efeito destas discussões, na semana de recepção dos calouros na UFMT
Araguaia, foram realizados debates sobre política e a conjuntura do setor no
Brasil.
A
discussão teve como temática o contingenciamento de 30% no orçamento do governo
para a pasta, atingindo os campi universitários do país.
No
ambiente de contestações, veteranos e calouros promoveram manifestações contra
o presidente Jair Bolsonaro (PSL), as quais foram gravadas em forma de vídeo
por presentes ao ato, e, na sequência, postado nas redes sociais. O que ampliou
as disputas políticas, com reprodução por canal de TV local, de cenas em que
estudantes gritam palavras ordem, destacando a participação das universidades
como centro das disputas políticas nacionais.
De
acordo com a universitária do curso de Enfermagem da instituição
mato-grossense, Giovanna Castrignano, que participou do acolhimento, o evento
de recepção, ocorreu de modo pacífico, sem ser obrigatória a participação ativa
de universitários nas brincadeiras, feitas pelos veteranos de
Enfermagem. Os estudantes que não estavam se sentindo confortáveis a
continuar no acolhimento, eram convidados a se retirarem, de modo espontâneo,
afirma.
O pró-reitor
Paulo Jorge da Silva disse que o trote foi abolido por resolução do Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), dando lugar ao acolhimento, com
incentivo a atitudes pedagógicas e sociais. O ato que resultou no vídeo não é
uma política do campus, afirma.
Cortes
na educação
O
bloqueado do orçamento da UFMT, conforme Silva, chega a 34 milhões, afetando
diretamente no seu funcionamento, com cortes no custeio de gastos básicos, como
energia e água.
Pedro
Rezende, atual presidente do DCE Diretório Central dos Estudantes (DCE) do
Campus da UFMT Araguaia, afirma que ser necessário os estudantes irem para a
rua para resistir às medidas de cortes orçamentários da educação, junto com os
pesquisadores, para revelar o ambiente de produção acadêmico.
Conforme
os dados que apresenta a universidade pública brasileira é responsável por 95%
da ciência no país. Através de pesquisas em universidades públicas, foi
descoberto como curar queimadura através da pele da tilápia, o uso de minerais
da areia para fabricação de vitaminas, entre outros feitos científicos das
instituições públicas, enfatiza.
"No
nosso campus há uma série de benefícios para a sociedade, que não ganha espaço
na agenda midiática, e a postura atual do DCE é fortalecer os espaços
de formação política e debate entre os estudantes”, assegura, de
modo a levar informações à sociedade, sobre os resultados das pesquisas feitas
dentro da universidade pública.
Na
última quarta-feira (15) estudantes e entidade educacionais realizaram mobilização
nas ruas de Barra do Garças para chamar a atenção da comunidade sobre os cortes
do governo, e destacar a importância da universidade pública para o
desenvolvimento social e econômico. O ato ocorreu em todo o país como mostrado
pela veículos de comunicação nacional, com milhares de pessoas realizando
protestos contra os cortes prometidos pelo governo.
Estudantes e
professores da UFMT expõem, na cidade de Barra do Garças, Projetos de
pesquisa
e extensão desenvolvidos no Campus Araguaia, como forma de chamar a atenção
da
comunidade regional para a importância da universidade, no desenvolvido social
e econômico, em protesto contra o corte do governo federal na educação - imagem Focaia.