Mobilização
Agência Focaia
Reportagem
Bárbara Argôlo
Vasco Aguiar
Foto: Bárbara Argôlo
Na manifestação contra nova política de alimentação proposta
pela reitoria, os estudantes
da UFMT Araguaia fecharam a portaria do Campus, em Barra do Garças
da UFMT Araguaia fecharam a portaria do Campus, em Barra do Garças
Estudantes
da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia, ao longo do dia
de ontem (20), se mobilizaram contra o aumento do valor das refeições do
Restaurante Universitário (RU), que passará de R$1, cobrado atualmente,
para R$5, a partir de 2 de maio, como estaria decidido pela
administração da UFMT. Pela manhã, a paralisação ocorreu na portaria
da universidade com o fechamento dos portões e com palavras de ordem, pedindo para à
reitoria ouvir a contraposta dos universitários.
Conforme
documento lido pelo 1º Coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luiz Guilherme, no ato de protesto, 74% dos estudantes disseram que a
política de assistência estudantil foi determinante para escolherem uma
universidade pública mato-grossense. A pesquisa foi realizada pela entidade
estudantil nas últimas semanas, através de questionário online
respondido pelos universitários do campus.
Na
contraproposta do DCE à reitoria, a cobrança das refeições deveria ser de
R$ 0,50 para o café da manhã e R$ 1,50 para almoço e jantar. Atualmente são
cobrados R$ 0,25 no café da manhã e R$1 para as refeições. A administração
da universidade quer estabelecer o valor de R$2,50 para o café da manhã e R$
5 para as refeições.
O pró-reitor
do Campus Araguaia, Paulo Jorge da Silva esteve presente no manifesto e afirmou que,
para ele, "a alimentação escolar não deveria ser cobrada, pois a
universidade é pública e gratuita”. Posteriormente, Silva assinou, juntamente
com os professores da UFMT, Deyvisson Costa, diretor da Associação dos Docentes
da UFMT, Campus Araguaia (Adufmat) e Daniel Guimarães, a contraproposta do
Diretório Central dos Estudantes, em que firmam apoio à demanda dos estudantes.
Foto:Vasco Aguiar
O pró-reitor do Campus Araguaia, Paulo Jorge da Silva, em reunião com estudantes para discutir impasse sobre o valor das refeições
Para o
pró-reitor, a sua administração apoia a política estudantil de manter os
estudantes no campus universitário, pois segundo ele, “se a política que
vier, levar os alunos a um gasto grande, isso pode até espantar alunos de nossa
região”. De acordo com Silva, muitos vêm para a UFMT/CUA pelo baixo custo de
vida nas cidades de Pontal e Barra do Garças, comparado com as grandes
capitais. Por isso, avalia que, “a assistência estudantil é de grande valor nas
cidades do interior”.
O
pró-reitor afirma concordar com a contraproposta do DCE, de que o valor seja de
R$1,50 por refeição, porém, se mostrou cauteloso quanto ao orçamento da
instituição, que nos últimos anos passa por grave crise, com falta de recursos
públicos para a educação. Segundo ele, “é preciso ser feito um estudo de
viabilidade econômica, e verificar se é possível”, analisa.
Para
Daniel Guimarães, “o movimento é importante e válido para entender o que ocorre
nas universidades neste momento no país, entender os reais problemas e começar
a questioná-los e resistir contra os cortes orçamentários”. Ressaltou ainda que
esses cortes são fruto da Emenda Constitucional 95/2016, que limitou gastos na
educação por 20 anos. “Enquanto não revogarem essa emenda vamos continuar
sofrendo cortes e passando por dificuldades”, lamenta.
Audiência
pública
O
pró-reitor do Campus adiantou para os estudantes que, na próxima terça-feira (24), haverá uma audiência pública, com a presença
da Reitora Myrian Serra no Campus Araguaia. Segundo ele, “é necessário que todos os
estudantes estejam presentes, pois precisam fazer parte desta discussão”. A
audiência está programada para acontecer às 9h, no Espaço Multiuso da unidade
II, em Barra do Garças.
A
coordenadora de assuntos estudantis do DCE, Ester Morais, diz que souberam,
através de nota da reitoria, que para esta audiência pública “virá uma comissão
de Cuiabá para apresentar a proposta que já está pronta, e, segundo eles,
perceber a realidade do campus”. Morais acrescenta que o movimento
estudantil está se mobilizando, “cumprimos o prazo que nos pediram, e já
enviamos por e-mail nossa contraproposta e, agora, vamos apresentar
pessoalmente para a reitora”, conclui.