Educação e política
Natália Araújo
Profissionais da rede estadual de educação decidiram, de forma unânime, pela continuidade da greve. A categoria ressalta que os pontos cobrados da gestãoPo do Estado são múltiplos e não têm sido atendidos. Por isso, o movimento continuará por tempo indeterminado até que o governo apresente novas propostas, principalmente, no que diz respeito ao projeto das Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Os servidores cobram também
mais diálogo com relação ao salário. Contudo, acerca do concurso público a
pauta foi considerada parcialmente atendida, porém, agora com um novo foco.
Durante a assembleia realizada
na tarde de ontem(12), profissionais de 83 escolas estaduais se posicionaram
contra a proposta governamental das PPPs que previa a fixação de serviços
relativos à estrutura, aos equipamentos da unidade escolar e a manutenção e
conservação predial à empresa privada, além da construção de novas escolas.
“Nesse caso, a questão foi
relativizada, o problema não foi solucionado. A categoria se mostra preocupada
com uma empresa privada tomando decisões dentro do espaço escolar”, definiu o presidente
do sindicato da categoria, Sintep-MT, Henrique Lopes. Por isso, os servidores
pedem a suspensão integral do projeto e também a divulgação de um cronograma
para a realização de conferências para os diálogos com a sociedade sobre a
proposta.
Contudo, enquanto a gestão
insistir no projeto, há aqueles que defendem que, então, a categoria continue a
greve. “Isso é privatização, nós pedimos que não aconteça. Porém, se não formos
atendidos, não deveríamos suspender o movimento”, diz a docente em Cuiabá,
Marivone Pereira.
Quanto à pauta econômica,
Lopes lembrou que o governo apresentou a possibilidade de realizar uma comissão
para debater o assunto. “Entendemos que não há essa necessidade, basta cumprir
a lei. Contudo, participaremos dessa comissão”.
Com relação à Revisão Geral
Anual (RGA), que foi uma pauta em comum com outras 30 categorias, o
sindicalista explica a porcentagem de reposição proposta pelo governo não
atinge a integralidade do piso dos profissionais. “O olhar é para que vise
integralizar este piso até antes da próxima data base da categoria no ano que
vem, para que a negociação não seja feita já com perda salarial”.