por Gilson Monteiro
Ao que parece, por mais que estejamos em pleno Século XXI,
nós, os professores (e professoras), ainda não aprendemos a lidar com uma
realidade, talvez cruel para muitos: não somos mais a única referência no
processo de Educação. E isso para todas as idades. Lembro-me, como se fosse
hoje, que a minha mãe convidou a professora Maria Tapajós, para almoçar na
nossa casa com um único objetivo: me fazer mudar de ideia e passar a gostar de
verduras e frutas. Não havia Televisão, muito menos Internet. As referências
eram a família (pais e mães), o padre e o professor (ou a professora). Os
amigos também nunca deixaram de fazer parte deste processo educacional. O professor
(ou a professora), no entanto, era a figura central, a referência no processo
educacional. Hoje, não. Deixamos de ser vistos como a única referência. E isso,
no fundo, representa perda de poder dentro da sala de aula. Agora, no máximo,
somos uma delas. Reconhecer este descolamento de poder e mudar a postura na
sala de aula é o único caminho possível. Enfrentar o problema, porém, varia de
indivíduo para indivíduo. Ainda levará muito tempo para nos acostumarmos. PS:
naquela época, a professora Maria Tapajós deliciou-se com uma senhora salada.
Desde então, passei a encarar o tomate com outros olhos.
Fonte: Ufam para o futuro