Humberto Trezzi é o jornalista mais premiado no Brasil em 2013


Rodrigo Carvalho, da GloboNews, e Mauri König, da Gazeta do Povo, ficam na segunda e terceira posições, respectivamente

Após semanas de exaustivo trabalho de pesquisa, analisando 116 premiações nacionais e internacionais, Jornalistas&Cia e Portal dos Jornalistas divulgaram nesta 6ª.,feira (20/12) os resultados do Ranking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros, nas versões Todos os Tempos e Ano de 2013.

Duas reportagens foram responsáveis pelo excelente resultado de Trezzi neste ano. Em A agonia das estradas, feita em parceria com os repórteres Caio Cigana e Guilherme Mazui, a equipe de Zero Hora abordou os graves problemas nas rodovias do Rio Grande do Sul. O estado é o último colocado no Brasil na proporção de estradas asfaltadas em relação ao total de rodovias. “A ideia surgiu de uma provocação da Marta Gleich, diretora de Zero Hora, que um dia questionou por que nossas estradas são tão ruins”, explica Trezzi. “Ao fazer um levantamento prévio, Caio e eu descobrimos que, mais do que ruins, são as piores em taxa de asfalto. Levamos mais de um mês para produzir um caderno em que falamos de corrupção, burocracia, entraves ambientais e outras dificuldades que nos colocam na rabeira do desenvolvimento de estradas no Brasil”. A reportagem foi premiada com os grandes prêmios do Setcergs e CNI de Jornalismo, além de ter faturado o Especial Infraestrutura do CBIC de Jornalismo.
O grande destaque, no entanto, foi a reportagem Os arquivos secretos do coronel do DOI-Codi, produzida em conjunto com José Luís CostaMarcelo Perrone e Nilson Mariano, que faturou o Esso de Jornalismo. “O mérito maior dessa reportagem foi do José Luís, que soube da morte do homem na noite em que ela aconteceu e descobriu, naquela madrugada mesmo, que o morto no assalto era ex-DOI-Codi. A nós parecia que poderia ser execução. As investigações posteriores, feitas pela Polícia Civil com rastreamento de celulares e imagens de vídeo, mostraram que bandidos assaltaram o coronel Molinas na intenção de tomar o arsenal (fuzis, inclusive) que ele mantinha em casa. Os bandidos eram PMs que já haviam cometido outros assaltos naquela área. Quando a Polícia Civil abriu a casa, desconfiamos que o coronel poderia ter papéis relativos ao regime militar. Após expectativa, eu recebi de um delegado a informação de que ele guardava em casa diversos papéis relativos ao atentado do Riocentro e ao Rubens Paiva. Passei para o Zé Luís, que tinha iniciado o caso, e ele pressionou muito, até ter acesso aos papéis. Não pôde xerocar: teve de copiar tudo à mão. O coronel mantinha inclusive um diário da época do Riocentro, contanto passo a passo o que fez quando soube da notícia do atentado. Inclusive encobrindo os feitos dos seus subordinados (os verdadeiros autores da explosão). Tanto o Zé quanto eu mergulhamos nos papéis. O Nilson foi a São Paulo entrevistar a família do Rubens Paiva e o Marcelo entrevistou, por telefone, autores de documentários sobre o caso. O importante na matéria é que ela comprovou com documentos que o Rubens Paiva ingressou numa unidade do Exército e jamais voltou a ser visto. O coronel guardava livro com a assinatura do Paiva e a apreensão dos bens dele, o que desmonta a versão militar de que o deputado tinha sido sequestrado por guerrilheiros. Com relação ao Riocentro, o próprio coronel recomenda que simulem furto do Puma, botando a culpa na VPR”.
Além do Esso, a reportagem também recebeu o título de Hours Concours do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, o ARI de Reportagem Impressa, e os internos do Grupo RBS e de Zero Hora. Ainda como desdobramento do tema, também gerou a reportagem Fichados no Dops no RS, que recebeu o primeiro lugar no ARI de Webjornalismo. Reportagem mais premiada de 2013, Os arquivos secretos do coronel do DOI-Codi rendeu ainda pontos importantes para José Luís Costa terminar o ano na quinta posição geral, com 95 pontos. 

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