Educadores e profissionais da mídia discordam sobre a eficiência das faculdades de jornalismo nos EUA, aponta pesquisa

Uma nova pesquisa que o Poynter NewsU publicou na última semana mostra contrastes acentuados entre as opiniões de professores de jornalismo e praticantes da profissão sobre a eficiência da formação em jornalismo e uma preocupação generalizada com a capacidade de a academia se adaptar às mudanças na indústria.
O Poynter NewsU pediu a opinião de mais de 1.800 educadores de jornalismo, profissionais da mídia e estudantes sobre o presente e o futuro da formação em jornalismo nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no artigo "O Estado da Educação em Jornalismo 2013."
A pesquisa revelou uma grande divergência entre as opiniões dos educadores de jornalismo e os profissionais da mídia sobre a qualidade da preparação oferecida pelas escolas de jornalismo para os jovens jornalistas encararem os desafios da indústria atual. Enquanto 96% dos educadores disseram acreditar que uma formação em jornalismo é de grande ou extrema importância para entender o valor da profissão, 57% dos profissionais da mídia disseram pensar o mesmo. E enquanto 80% dos educadores opinaram que a formação era de grande ou extrema importância para estudantes aprenderem habilidades apuração, apenas 25% dos profissionais de mídia concordaram.

Os educadores de jornalismo e os praticantes também se mostraram preocupados com a capacidade da academia de acompanhar as mudanças na profissão: 39% dos educadores de jornalismo e 48% dos editores de mídia disseram achar que a academia estava ficando para trás.
"Os estudantes precisam aprender a tirar fotos, editar, escrever, usar mídias sociais e trabalhar de forma rápida (...) E a maioria deles não está pronta para isso. Em geral, é difícil encontrar pessoas talentosas o suficiente para desempenhar todas essas habilidades bem", disse Adam Bagni, um âncora de esportes da WJAR que foi mencionado no relatório.
A pesquisa também entrevistou instrutores, que falaram sobre os obstáculos institucionais que encaravam para mudar a forma como o jornalismo é ensinado nas universidades.
"Mesmo educadores de jornalismo motivados e com boas intenções são impotentes frente a monstruosos obstáculos burocráticos acadêmicos", disse Barbara Allen, conselheira de mídia estudantil e professora da Universidade do Estado de Oklahoma. "Nossa falta de destreza com isso prejudica nossos estudantes".
Em um artigo intitulado "Escolas de Jornalismo precisam se adaptar ou podem se tornar irrelevantes", Howard Finberg, diretor de parcerias de treinametno do Poynter e criador do NewsU, disse estar “decepcionado, mas não surpreso" que as posições dos dois lados tenham permanecido praticamente as mesmas desde a última vez que a pesquisa foi realizada. Em um artigo para o MediaShift article, Susan Currie Sivek citou o chamado de Feinberg para uma renovação dos objetivos comuns dos educadores e praticantes do jornalismo por meio da inovação.
No momento, disse ela, "nós não estamos ensinando inovação. Estamos circulando pelas fronteiras da inovação.”
A News U está agora trabalhando em um novo estudo para descobrir quais habilidades, atitudes e conhecimentos um jornalista deve ter, segundo a opinião de educadores de jornalismo e profissionais da mídia.