Vinagré

Mesmo com a grafia errada de “égalité”, esse cartaz traduz o clima que predominava na passeata desta noite no Rio, que K, eu e cerca de 100 mil (estimativa que, já de volta à nossa casa, está nos telejornais e na rede) participamos. 


Chegamos ao ponto de encontro, a Candelária, britanicamente, às 16:59 e, após uma concentração pacífica de cerca de uma hora, caminhamos por duas horas na Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Só num bar perto do Odeon, já em área de dispersão, vimos na TV o vandalismo que comia solto no prédio da ALERJ. Pelo que se percebe, gente que não representa a grande maioria que saiu do fcbk pras ruas (como outro cartaz estampava). Mais de 90% jovens, protestando contra os vinte centavos (que estão saindo caro), pedindo saúde e educação no lugar da Copa, dizendo não aos partidos políticos, pedindo paz, e protestando contra qualquer atitude que pudesse descambar para o vandalismo. Não é preciso ser cientista político algum para perceber que uma nova realidade se apresenta, uma caixa de Pandora (do bem?) se abriu. Aguardemos os próximos capítulos.

Foto: Avenida Rio Branco, Centro do Rio, 17 de junho